sexta-feira, 1 de agosto de 2008

NELSON MANDELA


NELSON MANDELA
Nelson Rolihlahla Mandela (Qunu, 18 de julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 à 1999. Principal representante do movimento antiapartheid, como ativista, sabotador e guerrilheiro. Considerado pela maioria das pessoas um guerreiro em luta pela liberdade, era considerado pelo governo sul-africano um terrorista. Passou a infância na região de Thembu, antes de seguir carreira em Direito. Em 1990 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz, que foi recebido em 2002.
Como jovem estudante de direito, envolveu-se na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população) direitos políticos, sociais e económicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano (conhecido no Brasil pela sigla portuguesa, CNA, e em Portugal pela sigla inglesa, ANC) em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo (entre outros) uma organização mais dinâmica, a Liga Jovem do ANC/CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos africâners Partido Nacional apoiantes da política de segregação racial, Mandela tornou-se ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa antiapartheid.
Comprometido de início apenas com atos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville (21 de Março de 1960), quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180 - e a subsequente ilegalidade do CNA e outros grupos antiapartheid.
Mandela foi um dos maiores líderes políticos da História Moderna.
Em 1961 tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo, fazendo também planos para uma possível guerrilha se a sabotagem falhasse em acabar com o apartheid; também viajou em coleta de fundos para o MK, e criou condições para um treinamento e atuação paramilitar do grupo.
Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a 5 anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 12 de junho de 1964 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua (apesar de ter escapado de uma pena de enforcamento), por planejar ações armadas, em particular sabotagem (o que Mandela admite) e conspiração para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega). No decorrer dos vinte e seis anos seguintes, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou bandeira de todas as campanhas e grupos anti-apartheid ao redor do mundo.
Enquanto estava na prisão, Mandela enviou uma declaração para o CNA (e que viria a público em 10 de Junho de 1980) em que dizia: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!"
Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em incentivar a luta armada (Fevereiro de 1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. O CNA também foi tirado da ilegalidade.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993
Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa. Alguns radicais ficaram desapontados com os rumos de seu governo, entretanto; particularmente na ineficácia do governo em conter a crise de disseminação da SIDA/AIDS.
Formou-se em Direito e desde cedo deu inicio à sua atividade política. Com a implantação do regime apartheid no país, no fim da década de 40, assumiu frontalmente a sua oposição à segregação e aos preconceitos raciais. Em consequência foi sujeito à prisão e julgamento em 1962, sendo apenas libertado pelo presidente Frederik de Klerk em 1990. Mandela tornou-se então líder do Congresso Nacional Africano (ANC), do qual já de à muito se tornara referência. A sua experiência de luta contra o apartheid, a sua postura de moderado no período de transição para uma ordem democrática sem segregação, o claro objectivo de operar a reconciliação nacional que norteou as suas relações com o Presidente de Klerk, valeram-lhe um inesgotável prestígio no país e no estrangeiro. Mandela é provavelmente o político com maior autoridade moral no continente Africano, o que lhe tem permitido desempenhar o papel de apaziguador de tensões e conflitos.
Em 1993, com de Klerk, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços desenvolvidos no sentido de acabar com a segregação racial. Em Maio de 1994, tornou-se ele próprio o presidente da África do Sul, naquelas que foram as primeiras eleições multirraciais do país. Cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também de representantes de linhas políticas.
Após o fim do mandato de presidente, em 1999, voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Isabel II, e a Medalha presidencial da Liberdade de George W. Bush.
Ele é uma das duas únicas pessoas de origem não-indiana a receber o Bharat Ratna - distinção mais alta da Índia - em 1990. (A outra pessoa não-indiana é a Madre Teresa de Calcutá.)
Em 2001 tornou-se cidadão honorário do Canadá e também um dos poucos líderes estrangeiros a receber a Ordem do Canadá.
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos controversos, atacando a política externa do presidente estadounidense Bush. No mesmo ano, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a SIDA (ou AIDS, no português brasileiro) chamada 46664 - número que lembra a sua matrícula prisional.
Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Sua saúde tem sofrido abalos nos últimos anos e ele deseja aproveitar o tempo que lhe resta com a família. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a SIDA/AIDS. Naquele mesmo mês ele viajou para a Indonésia, a fim de discursar na XV Conferência Internacional sobre a SIDA/AIDS.
Em Novembro de 2006, foi premiado pela Anistia Internacional com o prêmio Embaixador de Consciência 2006 em reconhecimento à liderança na luta pela proteção e promoção dos direitos humanos.
Em junho de 2008 foi realizado um grande show em Londres em homenagem aos seus 90 anos, onde participaram varios cantores mundialmente conhecidos.

♫ Dia de Mandela ♫
Interprete: Simple Minds
Tradução da Música “Mandela Day”, composta em 1986

Há 25 anos eles prenderam aquele homem
Agora a liberdade se aproxima a cada dia
Enxugue as lágrimas dos seus olhos entristecidos
Eles dizem que Mandela está livre, então pise lá fora
Oh oh oh oh Dia de Mandela
Oh oh oh oh Mandela está livre

Há 25 anos nesse mesmo dia
Preso entre 4 paredes durante noite e dia
As crianças ainda sabem a história daquele homem
E eu sei o que está acontecendo bem na sua terra

25 anos atrás
Na na na na o Dia de Mandela
Oh oh oh o Mandela está livre

Se as lágrimas estão fluindo, enxugue-as de seu rosto
Eu posso sentir a batida do coração dele movendo bem fundo
Há 25 anos eles levaram embora aquele homem
E agora o mundo desce e diz "Nelson Mandela está livre"

Oh oh oh oh o Mandela está livre

O sol nascente guia Mandela em seu caminho
Faz 25 anos nesse mesmo dia
Desde o dia livre até os dias presos, nós dizemos
Oh oh oh oh o Mandela é livre
Oh oh oh o Mandela é livre

Na na na na o Dia de Mandela
Na na na na o Mandela é livre

25 anos atrás
O que está acontecendo?
E nós sabemos o que está acontecendo
Porque nós sabemos o que está acontecendo

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932



REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
Ao fazer uma breve parada em São Paulo, em outubro de 1930, antes de partir para o Rio de Janeiro e para o poder, Getúlio Vargas foi recebido com tal entusiasmo que chegou a se assustar. “Pequenino de pernas curtas, de apelido 'Petiço' [Getúlio] voltou para o trem, pálido e trêmulo, temendo ser vítima dos agrados frenéticos da massa que entupia as plataformas”, escreveu uma testemunha da história. Getúlio permaneceria apenas 24 horas em São Paulo – tempo suficiente para, num de seus primeiros erros políticos de 1930, nomear o coronel João Alberto de Barros, “plebeu e forasteiro”, como interventor do Estado. Seria apenas o começo das divergências entre Vargas e os paulistas.
Em março de 1932, embora Vargas tivesse substituído João Alberto por Pedro Toledo, paulista e civil, este - “hermista” na década de 1910 – não foi um nome bem recebido em São Paulo. Além disso, comentava-se que Osvaldo Aranha (que acabara de assumir o lugar do paulista José Maria Whitaker como ministro da Fazenda) tentou “impor” todo o gabinete de Toledo. Não bastasse essas ofensas a São Paulo, o Instituto do Café fora “esvaziado” de poderes – para marcar claramente o fim da “república dos fazendeiros”.
Depois de quatro jovens paulistas (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) serem mortos numa manifestação de rua, vários setores da sociedade de São Paulo se ergueram na campanha pela constitucionalização do Brasil (embora seu lema real fosse “São Paulo livre, civil e paulista”). A classe média, os cafeicultores e os industrialistas paulistas estavam unidos. E Vargas logo enfrentaria a primeira revolta contra o seu governo.
Alguns gaúchos notáveis também estavam descontentes com Vargas, entre eles o interventor do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, e o “padrinho” político de Getúlio, Borges de Medeiros (injuriado por ter sido “alijado” do poder). Os paulistas rebeldes achavam que poderiam contar com o poio de ambos, mais o auxílio do general Bertoldo Klinger, então comandante militar do Mato Grosso.
No dia 9 de julho de 1932, a revolução rebentou em São Paulo. O plano dos revolucionários era realizar um ataque fulminante contra a capital federal. Mas nada saiu conforme planejado: Flores decidiu mudar de lado e apoiar Getúlio, Klinger só conseguiu uns poucos homens e os rebeldes paulistas se 'viram sozinhos contra o resto do país. Getúlio enviou 18 mil homens para cercar os 8,5 mil soldados revolucionários. Apesar do desequilíbrio de forças, a luta foi sangrenta e durou quase três meses com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que inúmeras cidades do interior de São Paulo sofreram danos devido aos combates. Quando a ameaça da ocupação da cidade de São Paulo tornou-se real, os paulistas decidiram se render às tropas chefiadas pelo general Góis Monteiro. Segundo o historiador Bóris Fausto, “'a guerra paulista' teve um lado voltado para o passado e outro para o futuro. A bandeira da constitucionalização abrigou tanto os que esperam retroceder às formas oligárquicas de poder como os que pretendiam estabelecer uma democracia liberal no país. O movimento trouxe conseqüências importantes: embora vitorioso, o governo percebeu claramente a impossibilidade de ignorar a elite paulista. Os derrotados, por sua vez, compreenderam que precisariam fazer alguns arranjos com o poder central”.

♫ Hino ao Soldado Constitucionalista de 1932 ♫
Letra de Benedito Cleto
Música do tenente J. Ribeiro e arranjo do sargento Domingues.

Salve os heróis de "32"das falanges paulistas
que ao vosso lábaro das treze listas
deste o sangue, a vida, o amor!
Bravos soldados, titãs gigantes,
honrastes nossa História;
vosso São Paulo cobristes de glória,
que netos sois de Bandeirantes.
Salve, M.M.D.C!
Por nós tombastes, pelo direito,
A glória Deus vos dê,
por nosso sangue derramado,
no céu láurea de heróis.
Por vós São Paulo é glorificado.
Valentes, salve os Paulistas
dos batalhões constitucionalistas!
Salve os gloriosos, os batalhões
dos jovens estudantes
do "Borba Gato", salve os esquadrõe
se o "Nove de Julho", também;
glória ao "Catorze" e às heroínas,
valentes enfermeiras
Salve os heróis de São Paulo, o pioneiro,
que amado a paz foi bom guerreiro!
Salve, M.M.D.C!
Por nós tombastes, pelo direito,
A glória Deus vos dê,
por nosso sangue derramado,
no céu láurea de heróis.
Por vós São Paulo é glorificado.
Valentes, salve os Paulistas
dos batalhões constitucionalistas!
Aos imortais, aos que lutaram
nos campos de batalha,
que por São Paulo o sangue derramaram
sem temer sibilar metralha,
a vós entoamos imorredouro
este hino de amor,
vosso valor paulista, o peito forte,
herói soldado até na morte.
Salve, M.M.D.C!
Por nós tombastes, pelo direito,
A glória Deus vos dê,
por nosso sangue derramado,
no céu láurea de heróis.
Por vós São Paulo é glorificado.
Valentes, salve os Paulistas
dos batalhões constitucionalistas

CAVALEIRO DA ESPERANÇA



CAVALEIRO DA ESPERANÇA
Filho do oficial do Exército Antônio Pereira Prestes e da professora primária dona Leocádia, Luis Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, em 3 de janeiro de 1898. Estava destinado a se tornar um dos personagens mais lendários da história do Brasil. Olhando-o, porém, seria impossível fazer a profecia. “Pequeno de estatura, o culote subindo-lhe pelos joelhos, montado a cavalo com a sela militar ladeada de alforjes cheios de mapas, constitui um conjunto grotesco, incompatível com a tradição de um chefe gaúcho, sempre vestido a caráter, temerário, desafiador, espetacular”, diria dele o tenente João Alberto, um dos principais membros da Coluna. Apesar do depoimento insuspeito, Prestes veio a se tornar um homem “temerário, desafiador e espetacular”. Mesmo rompendo quase definitivamente com seus laços gaúchos, ele nunca deixaria de ser uma espécie de caudilho platino: era indômito, autoritário, teimoso, decidido e controverso. Apesar da figura quixotesca, quase chapliniana, ele se transformaria no Cavaleiro da Esperança, projetando sua sombra e presença sobre as quatro décadas mais agitadas da política brasileira.
Matriculado no Colégio Militar do Rio de Janeiro, Prestes formou-se tenente-engenheiro na Escola Militar do Realengo, na turma de 1920, da qual fazia parte Siqueira Campos e Eduardo Gomes (os líderes dos 18 do Forte). Em 29 de outubro de 1924, de volta ao Sul, ele forjaria um telegrama para sublevar o Primeiro Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, para o qual fora destacado. Após liderar a revolta dos tenentes do Rio Grande do Sul, em abril de 1925, Prestes conseguiu romper o cerco das tropas federais, seguindo para o Paraná numa marcha audaciosa, que lhe permitiu se unir aos rebeldes paulistas.
Foi nesse período que foi criada a Coluna Miguel Costa-Prestes, popularmente conhecida somente por Coluna Prestes, foi um movimento político-militar brasileiro existente entre 1925 e 1927 ligado ao tenentismo. O povo se pendurou nela, mas ela não se pendurou no povo. Nas cidades nada acontecia. Nem podia, pois nada foi preparado. Só um jornal clandestino, o Cinco de Julho, trazia de vez enquanto notícias da Coluna. Era muito pouco.
Fevereiro de 1927 a Coluna já percorreu cerca de 25 mil quilômetros. E conheceu como ninguém o Brasil. Dizem que não perdeu nenhuma das 53 batalhas que travou.
Meses depois, seus principais membros exilaram-se: uma parte, liderada por Prestes na Bolívia, outra parte, liderada por Siqueira Campos, no Paraguai.
Em maio de 1930, depois das épicas peripécias da coluna que adquiriu seu nome, Prestes, exilado na Argentina, recusou-se a se envolver nas conspirações que resultaram na Revolução de 30. Ao lançar um manifesto no qual se declarava “socialista revolucionário”, condenou o apoio dado por seus companheiros às oligarquias dissidentes e anunciou o início de um novo ciclo de luta armada. Mais tarde, Prestes se converteu ao comunismo, viajando para a União Soviética em novembro de 1931. Retornou ao Brasil em 1935, junto com a espiã alemã Olga Benário, que se tornaria sua mulher, para liderar, desastradamente, a Intentona Comunista de novembro de 1935.
O movimento, mal-articulado, foi duramente reprimido por Vargas. Perseguido ao longo de três meses, Prestes e Olga foram presos em março de 1936. Judia e comunista, Olga foi deportada para a Alemanha nazista, mesmo estando grávida. Solto em 1945, Prestes aliou-se a seu maior inimigo, Getúlio Vargas e, como chefe do então legalizado Partido Comunista, elegeu-se deputado federal, com a maior votação do país. Em 1948, com o PCB de novo na clandestinidade, Prestes fugiu do Brasil e viveu anos na União Soviética, da qual se tornou vassalo leal. Em 1957, Prestes obteve o direito de voltar ao país por mandado judicial e apoiou João Goulart em 1961. Com o golpe militar de 1964, viu-se forçado a fugir outra vez – deixando para trás documentos que comprometeram vários companheiros. Retornou ao Brasil depois da anistia de 1978 e participou da campanha


das Diretas-Já. Stalinista ferrenho, conspirador e conservador, disciplinado e disciplinador, doutrinário e doutrinador, dúbio e drástico, Prestes morreu aos 92 anos, em 1990, mantendo segredo e alimentando o mito de suas várias e fracassadas “ações revolucionárias”.

♫ Avante, camaradas! ♫
(Letra e música: Antonio Manoel do Espírito Santo)

Avante, camaradas!
Ao tremular do nosso pendão
Vençamos as invernadas
Com fé suprema no coração.
Avante sem receio
Que em todos nós a
Pátria confia
Marchamos com alegria,
avante!
Marchamos sem
receio. (2x)

Aqui não há quem
nos detenha
E nem quem turve
a nossa galhardia.
Quem nobre missão
desempenha
Temer não pode a
tirania, a tirania
E nunca seremos vencidos
Pois marchamos sob
a luz da crença.
Marchamos sempre
convencidos
Não há denodo que
nos vença (2x)
Avante, camaradas!
Ao tremular do nosso pendão
Vençamos as invernadas
Com fé suprema no coração
Avante sem receio
Que em todos nós
a Pátria confia
Marchamos com
alegria, avante!
Marchamos sem receio
Havemos sempre audazes
A afrontar o perigo;
E seremos perspicazes
Ante o mais férreo inimigo.
Por isso, não temamos:
Sempre fortes
e sobranceiros,
E com bravura
sempre lutaremos;
Brasileiros nós somos,
Nós somos
Brasileiros! (2x)
Esta música foi escrita para homenagear Luis Carlos Prestes

SÃO PEDRO


SÃO PEDRO
Pedro, cujo nome era Simão, era natural de Betsaida, povoação na Galiléia, às margens do lago de Genesaré, também conhecido como mar de Tiberíades. Era filho de Jonas e pescador de profissão. Tinha, juntamente com seu irmão André e com Tiago e João, filho de Zebedeu, uma pequena frota de barcos pesqueiros.
Como as pescas eram temporárias e os pescadores do mar da Galiléia tinham tempo livre durante a baixa estação, presume-se que foi durante um desses períodos que André, indo ao encontro de João Batista no rio Jordão, encontrou Jesus. "Vi o messias", disse André ao irmão. E Simão, que tinha um temperamento vivo e ardente e era muito religioso, não sossegou enquanto André não o levou até Jesus.
Simão era de temperamento autoritário, impulsivo, sempre entusiasmado embora às vezes desanimasse com facilidade. Mas era também franco, bondoso e extremamente generoso. E Jesus, que era um exímio "conhecedor" de homens, após olhar longamente para ele diz: "a partir de hoje você vai se chamar Pedro". Mudar o nome para outro mais significativo era freqüentemente mudar de orientação e de modo de viver. E foi assim que Simão, o pescador da Galiléia, deixou para trás toda uma história de vida e iniciou outra vida e uma nova história: agora não mais como Simão, mas como Pedro, o pescador de homens.
É verdade que Pedro publicamente renegou a Jesus por três vezes. Mas é verdade também que por várias vezes publicamente professou sua fé. "Aonde iremos, Senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?" "Tu é o Cristo, o filho do deus vivo". "Senhor, tu sabes que te amo".
Pedro era a pessoa chave no grupo dos doze e em várias ocasiões Jesus o distinguiu com um favor especial. É quase certo que esteve presente nas bodas de Caná. Foi testemunha da gloriosa transfiguração do Senhor, no monte Tabor; e foi ele que, em companhia de João foi encarregado de preparar o cenáculo, para a celebração da páscoa ou a última ceia.
Quando Jesus foi preso, apenas Pedro, em companhia de João, teve a coragem de segui-lo. Reconhecido, porém, como um dos discípulos, negou que conhecesse tal homem. Mas nem essa tríplice negação, chorada amargamente por ele, nem a dor e o arrependimento, traduzidos num copioso pranto, diminuíram sua confiança e seu amor ardente pelo mestre.
Também o mestre não diminuiu sua ternura pelo discípulo que lhe era tão caro. Ao contrário, demonstrou-a claramente nas perguntas que lhe dirigiu junto ao mar de Tiberiades poucos dias antes de sua ascensão: "Pedro, tu me amas?". E após a resposta afirmativa, com estas palavras "apascenta meus cordeiros", Jesus o confirmou no primado da igreja e lhe entregou todo o rebanho.
Depois de muitas labutas e sofrimentos, depois de entregar e empregar a vida em fazer o mundo conhecer e amar a Jesus Cristo, depois de contribuir para estabelecer a igreja em todo o universo, Pedro viu finalmente chegar o seu fim na terra. Corria o ano de 64 e ele se encontrava encarcerado. Tiraram-no do cárcere e o levaram para ser crucificado, mas ele conseguiu que os carrascos o pregassem na cruz de cabeça para baixo porque não se achava digno de ser tratado como seu divino mestre.


A festa de São Pedro, juntamente com a de São Paulo, foi colocada no dia 29 de junho provavelmente para ocupar o lugar de uma antiga celebração pagã que comemorava nesse dia a festa dos mitos Rômulo e Remo, considerados os pais da cidade de Roma.

♫ Viva São Pedro ♫
Interprete: Jorge Ben Jor
Dia 29 de junho
É dia de São Pedro
Salve,salve São Pedro
Pescador da Galiléia
Salve, salve São Pedro
Amigo de Thiago e João
Salve, salve São Pedro
O porteiro do céu
Lá lá lá lá lá lá
Viva São Pedro
Lá lá lá lá lá lá
Viva São Pedro
Vou soltar um belo balão
Eu vou
Nas cores vermelho, azul e rosa
Vou fazer uma fogueira bem quente
Pois eu sei que na minha festa vai ter gente
Vai ter arrasta-pé
Pé-de-moleque
Caldo verde
Quentão
Canjica
Batata doce
Sardinha na brasa
Pipoca Fogos
E Muita animação
Em homenagem a São Pedro
O santo dos pescadores
O padroeiro
Lá lá lá lá lá lá
Viva São Pedro
Lá lá lá lá lá lá
Viva São Pedro

MOVIMENTO ESTUDANTIL (1968)


MOVIMENTO ESTUDANTIL (1968)
“Depois daquele ano, o mundo não foi mais o mesmo, embora o que a compulsão simplificadora da mídia relembre hoje como 68 tenha sido, na verdade, uma rebelião plural e diversificada. Isto é, vários 68 coincidindo, com as suas peculiaridades locais, em diversos países. O nosso, por exemplo, foi deflagrado quando a Polícia Militar do Rio, então sob o comando do Exército, matou, no restaurante estudantil do Calabouço, em 28 de março, o estudante Edson Luís, que participava com colegas de manifestações pela melhoria da comida e da higiene; a francesa começou quando os universitários de Nanterre resolveram exigir o fim das barreiras que separavam os dormitórios masculino e feminino no campus. Não deixa de ser interessante distinção entre as aflições do terceiro e do primeiro mundos.”
O depoimento acima é de Arthur Poemer, à época com 28 anos e quintanista da Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ), e dá uma mostra do que foi aquele ano histórico no país.
Ao mesmo tempo em que a ditadura militar começava a endurecer a repressão, que chegaria no auge com o advento do Al – 5 em dezembro, o movimento estudantil tomou corpo e passou a ter uma importância fundamental na resistência contra o regime autoritário. Ao mesmo tempo, novas concepções estéticas e comportamentais promoveram uma verdadeira revolução no modo de agir e de pensar do brasileiro, influenciado de forma decisiva a ação política de esquerda.
O estudante citado por Poemer, Edson Luís de Lima Souto, 18 anos, não era exatamente o padrão “classe média” que alguns historiadores dizem ser o tipo de estudante que participava das manifestações célebres de 1968. Nascido em Belém, mudou-se para o Rio de Janeiro e continuou seus estudos secundários no Instituto Cooperativo de Ensino, que funcionava no restaurante Calabouço. E nesse refeitório, ocupado por estudantes, que paraense foi alvejado pela repressão policial e acabou morrendo antes de receber socorro médico. Era 28 de março de 1968 e outras seis pessoas ficaram feridas na ocasião, sendo atendidas no Hospital Souza Aguiar.
Morto, Edson tornou-se um símbolo. Foi levado para a Assembléia Legislativa por estudantes e velado ali mesmo, em cima de uma mesa, onde também foi feita a necropsia. O enterro no cemitério São João Batista, foi procedido por uma passeata que levou o seu corpo até o local. Aproximadamente 50 mil pessoas gritavam: “Mataram um estudante e se fosse seu filho?” e faixas questionam: “Bala mata fome?” e “Os velhos no poder, os jovens no caixão”.
Era o início de uma série de manifestações estudantis que daria uma outra forma à luta política e a resistência contra a ditadura. Naquele ano, oficialmente outras nove pessoas seriam mortas na repressão aos protestos liderados, em sua maioria, por estudantes. No dia 1ª de abril seguinte, nova onda de protestos em função do aniversário daquilo que os militares chamavam de “revolução”. No Rio de Janeiro, um confronto entre policiais e estudantes deixou 56 feridos, sendo 30 policiais. Mas um funcionário da Companhia da Navegação Costeira, David de Souza Meira, e os estudantes de Medicina Jorge Aprígio de Paula foram mortos por policiais que tentavam dispensar manifestantes desarmados. Cogita-se até que David não fazia parte da passeata.
Na manhã do dia seguinte, 2 de abril, foi celebrada na Candelária uma missa em homenagem a Edson Luís, celebrada pelo bispo auxiliar da cidade e mais quinze padres. Já no transcorrer da cerimônia, policiais, fuzileiros navais e agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops)


cercaram a saída da igreja. Um esquadrão da cavalaria da
polícia, armado de sabres, bloqueia os portões. Os padres formam um cinturão de mãos dadas protegendo aproximadamente 2,5 mil pessoas. Conseguem convencer os soldados de que não haveria passeata: Ainda assim, houve perseguição a pequenos grupos de estudantes após a dispersão, mas o pior é evitado.
Além do contexto político brasileiro, o panorama internacional favorecia e inspirava a ação dos estudantes no país. “É fato que as lutas no Brasil uniram-se ao furacão que atravessou o mundo naquele ano: maio em Paris, revoltas estudantis na Alemanha, na Itália e na Inglaterra, movimentos contra a guerra do Vietnã e o racismo nos Estados Unidos, protestos de rua em Tóquio. Também o bloco socialista foi abalado com a invasão da Tchecoslováquia, onde o Partido Comunista local tentava conciliar socialismo com liberdade. E a ofensiva do TeT, o ano novo budista, contra as tropas americanas no Vietnã, mostrou que o trunfo do Vietcong era uma questão de tempo”, avalia o ministro da Comunicação Social Franklin Martins, que estudava Economia e era ligado à Dissidência, uma organização política com base universitária que havia rompido com o Partido Comunista.
Contudo, Martins, que participou ativamente das movimentações, à época, assegura que a ação estudantil no país não era uma mera extensão do que ocorria em outros países.
“Esse turbilhão internacional produziu um caldo de cultura propício para o surgimento e o crescimento do movimento estudantil no Brasil. Mas, nem de longe, a luta por aqui foi um reflexo do que se passava lá fora, tanto que as primeiras grandes manifestações no Rio ocorreriam em fins de março, bem antes, portanto, do Maio francês ou da Primavera de Praga”, esclarece. “Pessoalmente, creio que bem maior, no coração e na mente dos jovens brasileiros, foi o impacto da ofensiva do TeT [ataque lançado pelos nortes-vietnamitas contra as forças estadunidenses e sul-vietnamitas em 31 de janeiro de 1968, na Guerra do Vietnã]. A sensação foi de que, se os vietnamitas podiam vencer a mais poderosa máquina de guerra do mundo, por que o povo brasileiro não poderia derrubar a ditadura.

♫ Menino ♫
(Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
Quem cala sobre o teu corpo

consente na tua morte
talhada a ferro e fogo
nas profundezas do corte
que a bala riscou no peito

quem cala morre contigo
mais morto que estás agora
relógio no chão da praça
batendo, avisando a hora
que a raiva traçou no tempo

no incêndio repetindo
o brilho do teu cabelo
quem gira vive contigo.

(Composição em homenagem ao estudante Edson Luís)

SANTO ANTÔNIO



SANTO ANTÔNIO
Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, dia 13 de setembro de 1191, e morreu com 36 anos, dia 13 de junho de 1231, nas vizinhanças de Pádua, Itália. Por isso, é chamado Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares da Igreja, ‘o santo do mundo todo’ chamou Leão XIII.
Filho de Martinho de Bulhões e Teresa Taveira, de famílias ilustres, recebeu o nome de Fernando no batismo. Aos 15 anos, entrou no convento da Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, nas proximidades de Lisboa. Aí ficou dois anos e pediu para ser transferido para o mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, porque eram tantas as visitas de parentes e amigos, que perturbavam sua paz. Em Coimbra fez filosofia e teologia e foi ordenado padre.

Nesse mosteiro de Coimbra, se hospedaram os frades Franciscanos do convento de Santo Antônio dos Olivais, quando viajavam para converter os muçulmanos em Marrocos, na África. Pouco tempo depois, os restos mortais desses frades, martirizados em Marrocos, voltaram a Portugal, para o sepultamento desses heróis em Coimbra, onde morava o Rei de Portugal. Nessa ocasião, ‘Santo Antônio’ sentiu grande desejo de evangelizar Marrocos e imitar os mártires. Por isso, no verão de 1220, entrou para a Ordem dos Franciscanos, mudou seu nome para Antônio, que era o titular do convento franciscano dos Olivais, e foi mandado para Marrocos.
No início de novembro de 1220, Antônio desembarcou em Marrocos, mas terrível enfermidade o reteve na cama todo o inverno e resolveram devolve-lo para Portugal. O navio de volta a Portugal foi levado pelos ventos para a Itália. Desembarcou na Sicília e se dirigiu para Assis, onde se encontrou pela primeira vez com São Francisco. Então, participou de um Capítulo Geral da Ordem, que começou a 20 de maio de 1221, em Assis.
Não demorou para se revelar como excelente orador e pregador, em setembro de 1221, fazendo o sermão em Forli, na ordenação sacerdotal de franciscanos e dominicanos. Surpreendeu o Provincial e todos ficaram maravilhados.
Por isso, o Provincial o encarregou da ação apostólica contra os hereges na região da Romanha. e no norte da Itália, quando se tornou extraordinário pregador popular.
Em Rimini, os hereges impediam o povo de ir aos seus sermões. Então, apelou para o milagre. Foi à costa do Adriático e começou pregar aos peixes, que acorreram em multidão, mostrando a cabeça fora da água. Este milagre invadiu a cidade com entusiasmo e os hereges ficaram envergonhados.
Após alguns anos de frade itinerante, foi nomeado, por carta, por São Francisco, o primeiro ‘Leitor de Teologia’ da Ordem. Mas, este magistério de teologia para os franciscanos de Bolonha demorou pouco porque o Papa mobilizou todos os pregadores dominicanos e franciscanos para combater a heresia albigense na França.
Por isso, passou três anos, lecionando, pregando e fazendo milagres no sul da França – Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges. Como ocupava o cargo de custódio do convento de Limoges, foi para Assis participar do Capítulo Geral da Ordem, convocado por Frei Elias, a 30 de maio de 1227. Nesse Capítulo foi eleito Provincial da Romanha, cargo que ocupou com êxito até 1230. Em 1229, foi morar com os seus irmãos franciscanos, perto de Pádua, no convento de Arcella, em Camposampiero.

Nesse lugar retirado, a pedido do Cardeal de Óstia, dedicou-se a escrever os sermões das festas dos grandes santos e de todos os domingos do ano. Mas sempre saia para pregações, por exemplo, durante a Quaresma, até morrer, por uma hidropisia maligna, na sexta-feira, de 13 de junho de 1231.
Foi tanta a repercussão de sua morte e tantos os milagres, que, onze meses após sua morte, foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Em 1263, quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta e continua intacta até hoje, numa redoma de vidro, na Basílica de Santo Antônio, em Pádua, onde estão seus restos mortais.


Mais tarde, em 1934, foi declarado Padroeiro de Portugal.
E em 1946, o Papa Pio XII proclamou Santo Antônio ‘Doutor da Igreja’, com o título de ‘Doutor Evangélico’. Santo Antônio não perdeu sua atualidade e é invocado pelo povo cristão, até hoje, para curar doença, achar coisa perdida e ajudar no casamento.
(A.F.)
♫ Meu Querido Santo Antônio ♫
(Carlos Carega)

Meu querido Santo Antonio
Me arranja um amorMeu bonzinho São ToninhoMe dá uma colher de chá
Meu coração pequenininhoJá não agüenta mais sofrerMeu querido Santo AntônioVem aqui me socorrerAbre bem os meus olhosSeca minha ambiçãoMostra-me o que é bonitoSem me dar perturbaçãoDeixa que eu sinta o ventoSoprar em minha direçãoMe concede essa graçaMe dá a tua proteçãoTô saindo de fininhoQue é pra não lhe incomodarMas não esquece seu ToninhoUma maneira de ajudarSei que fui um sonhadorSei que fui um tafetáHoje quero bem mansinhoAlguém pra me acompanhar

♫ Santo Antônio ♫
(J. Velloso)

Que seria de mim meu Deus
Sem a fé em Antônio
A luz desceu do céu
Clareando o encanto
Da espada espelhada em Deus
Viva viva meu santo

Saúde que foge
Volta por outro caminho
Amor que se perde
Nasce outro no ninho
Maldade que vem e vai
Vira flor na alegria
Trezena de junho
É tempo sagrado
Na minha Bahia

Antônio querido
Preciso do seu carinho
Se ando perdido
Mostre-me novo caminho
Nas tuas pegadas claras
Trilho o meu destino
Estou nos teus braços
Como se fosse
Deus menino

"Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa"
(Frase de Santo Antônio)